Pastoral da Juventude


PASTORAL DA JUVENTUDE NACIONAL
DÚVIDAS FREQUENTES PJ


1.  O QUE É A PASTORAL DA JUVENTUDE? QUAL A SUA HISTÓRIA?
Pastoral da Juventude é ação organizada dos jovens que são Igreja junto com seus pastores e
com  toda  comunidade  para  aprofundar  a  vivência  de  sua  fé  e  evangelizar  outros  jovens  com
opção  evangélica  preferencial  e  consciente  pelos  jovens  das  classes  populares  e  pelos  jovens
marginalizados,  em  vista  da  construção  de  um  mundo  mais  fraterno  e  justo,  a  fim  de  que  se
transformem em novos homens e novas mulheres, sendo, pois, agentes da construção da nova
sociedade,  guiados  pelos  critérios  evangélicos.


 2.  QUAL A HISTÓRIA DA PASTORAL DA JUVENTUDE?
A  história  da  Pastoral  da  Juventude  começa  pelos  anos  70  ou,  até,  com  a  Ação  Católica
Especializada  (JAC -  Juventude  Agrária  Católica,  JEC  -  Juventude  Estudantil  Católica,  JIC  -
Juventude  Independente  Católica,  JOC  -  Juventude  Operária  Católica,  JUC  -  Juventude
Universitária  Católica),  nos  anos  60.  Não  podemos  negar  que  aprendemos  muito  da  Ação
Católica, da Teologia da Libertação, da Pedagogia do Oprimido. No final da década de 70 e no
inicio  dos  anos  80  a  Igreja  vivia  um  período  de  grandes  expectativas,  pois Medellin e Puebla
trouxeram novos ares para a ação pastoral com a opção concreta pelos pobres e pelos jovens.


3.  QUAL A MISSÃO DA PASTORAL DA JUVENTUDE?
A missão  da  Pastoral  da  Juventude  traz  como  eixo  inspirador  o  texto  de  Lucas  4,  18-22,
convencida  de  que  tem  como  missão  anunciar  e  testemunhar  o  Reino  de  Deus,  movida  pela
proposta  libertador  de  Jesus  Cristo  e  animada  pelo  Espírito  Santo,  buscando  concretizar  a
"Civilização do Amor".

 4.  QUAL O OBJETIVO DA PASTORAL DA JUVENTUDE?
Despertar os jovens  para  a  pessoa  e  a  proposta  de  Jesus  Cristo  e  desenvolver  com  eles  um
processo  global  de  formação  a  partir  da  fé  para  formar  líderes  capacitados  a  atuarem  na
própria  PJ,  em  outros  ministérios  da  igreja  e  em  seu  meio  específico,  comprometidos  com  a
libertação integral do homem e da sociedade, levando uma vida de comunhão e participação.


5.  QUAL É A IDENTIDADE DA PASTORAL DA JUVENTUDE?
A  nossa  identidade  está  refletida  principalmente,  no  nosso  jeito  de  ser,  fazer,  celebrar,
valorizando o potencial criativo dos jovens.
A  partir  de  1994,  a  PJ,  em  seus  Encontros Nacionais,  foi  buscando  clarear  a  sua  identidade
enquanto  grupo  organizado  da  igreja  e  que  pertence ao  conjunto  das  Pastorais  da  Juventude
do Brasil. Em Divinópolis, em 1996, ela pontuou sete aspectos como sendo sua identidade:
1.  Somos jovens das diversas realidades regionais do país, na maioria empobrecidos e, a
exemplo  de  Jesus Cristo,  fazemos  opção  pelos  pobres  e  jovens. Nos  encontramos  em grupos  para  partilhar  e  celebrar  a  vida,  as  lutas,  sofrimentos  e  cultivar  a  amizade  a
partir de uma formação integral e mística própria;
2.  Somos grupos de jovens motivados pela fé, atuando dentro das comunidades eclesiais,
a serviço da organização e animação das comunidades;
3.  Atuamos  também  na  sociedade,  inseridos  nos  movimentos  sociais,  com  destaques
para  a  participação  política  partidária,  movimentos  populares  e  outras  organizações
que lutam em defesa da vida e da dignidade humana;
4.  Nos organizamos à partir das coordenações dos grupos, paróquias, setores ou regiões
pastorais,  dioceses  e  regionais,  ligados  a  Igreja  do  Brasil e  da  América  Latina.  Assim
construímos e registramos nossa história, criando unidade na diversidade;
5.  Diante de uma política desumana de manipulação dos meios de comunicação social e
de  uma  realidade  tão  diversa,  ousamos  assumir  e  propor  os  projetos  da  Pastoral  da
Pastoral  da  Juventude  do  Brasil,  como  alternativa  na  construção  da  Civilização  do
Amor,  sendo  presença gratuita  e  qualificada  no  meio da  juventude,  atuando  também
em parceria com outras pastorais e organizações da sociedade;
6.  Somos  Pastoral  da  Juventude –  PJ –  organizada  no  Brasil,  com  linha  definida  e
metodologia  própria,  aberta  ao  novo  e  acolhimento  dos  anseios  da  juventude,
garantindo  o  seu  protagonismo,  evangelizando  de  forma  inculturada  na  realidade  em
que vivemos;
7.  Somos jovens felizes, apaixonados, ternos e motivados pela fé. Encaramos a vida com
potencial criativo muito grande, valorizando a arte (dança, poesia, música...) o lazer, o
corpo, o símbolo, a cultura, com ardor, sonhos e amor pela causa do Reino. 6.  COMO A PJ SE ORGANIZA?
A  Pastoral  da  Juventude,  a  partir  do  seu  5º  encontro  nacional,  definiu  que  sua  organização  é
formada  pelos  grupos  de  jovens,  pela  Ampliada  da  Pastoral  da  Juventude,  pelo  encontro
nacional,  pela  coordenação  nacional,  pela  comissão  nacional de  assessores  e  pela  secretaria
nacional da PJ. Inseridos na igreja do Brasil, nossos referenciais em âmbito nacional são o bispo
da CNBB encarregado de acompanhar a evangelização da juventude no Brasil e o encarregado
do Setor Juventude, também da CNBB.


7.  QUAIS SÃO OS PROJETOS DA PASTORAL DA JUVENTUDE?
São cinco os projetos que a PJ assume visando colaborar na transformação da realidade:
O projeto “A JUVENTUDE QUER VIVER” traz luz para responder, com coragem ao desfio
das  realidades  sofridas  pelos/as  jovens  tais  como:  genocídio, violência,  prostituição,  drogas  e
etc. Queremos mobilizar os/as jovens para uma busca de alternativas que gerem vida.
O  projeto  "AJURI"  quer  ser  uma  proposta  que  contribua  na  afirmação  da  identidade
cultural  e  social  dos/as  jovens  indígenas,  quilombolas,  ribeirinhos  e  rurais,  e  a  construção  de
uma pedagogia que respeite estas realidades. 
               O projeto "MÍSTICA E CONSTRUÇÃO"  lança  um  olhar  sobre  a  quantidade  de  jovens
que  buscam  algo  para  participar.  Em  especial  aos/às  jovens  da  crisma  e  àqueles/as  que manifestam  o  desejo  de  aprofundar  vivência  de  sua  fé. A  produção  de  subsídios  que
possibilitam aos/as jovens e a assessoria a vivência de processos em quaisquer grupos que se
encontram: crisma, Pastoral da Juventude e outros.   O projeto "CAMINHO DE ESPERANÇA" propõe respostas à ausência de assessores/as e
lideranças  que  contribuam  para um  planejamento  que  concretize  e  acompanhe  a  vivência  de
um processo de educação na fé.
                 O  projeto  "TEIAS  DA  COMUNICAÇÃO"  possibilitará  responder  aos  desafios  da  falta
de  articulação  e  informação,  de  sentido  que  pertença  a  uma  proposta  pastoral,  e  ao
isolamento gerado pelas distâncias geográficas. É necessário ampliar as formas de divulgar as
atividades  e  idéias  da  Pastoral  da  Juventude  nos  diversos  meios  de  comunicação  social,
intensificando o marketing pastoral.


8.  QUAIS AS PRIORIDADES DA PASTORAL DA JUVENTUDE?
A  partir  da  Ampliada  de  Palmas,  realizada  em  janeiro  de  2008,  a  Pastoral  da  Juventude
apresenta  a  demanda  de  trabalho  focando  duas  prioridades: FORTALECIMENTO  DOS  GRUPOS
DE  JOVENS,  destacando  a  necessidade  do  seu  fortalecimento  e  compreendendo  este  lugar
como espaço vital na vida dos jovens, e AÇÃO MISSIONÁRIA (MISSIONARIEDADE) como forma
de  encontro  dos  jovens  em  suas  diversas  realidades  para  anunciar  o  Cristo  Ressuscitado  e  o
Seu  projeto  de  vida,  desenvolvendo  as  potencialidades  e  despertando  na  juventude  a
consciência de seu papel na história e sociedade.


9.  ONDE ENCONTRO MATERIAS PARA TRABALHAR COM A PJ?
Procure  na  sua  paróquia  ou  diocese  por  uma  biblioteca,  se  lá  não  tiver  o  que  necessita,
procure  em  um  dos  centros  e  institutos  de  juventude  ou  então  busque  em  alguma  livraria
católica de  sua  cidade.  No  site  da  PJ  (www.pj.org.br)  você  encontra  os  endereços  da  Rede
Brasileira de Centros e Institutos de Juventude.


10.  A PJ TEM ESTATUTO?
A Pastoral  da  Juventude  não  tem  estatuto,  por  não  ter  personalidade  jurídica
(consequentemente,  não  tem  CNPJ).  Por  ser  parte  da  Igreja  do  Brasil,  é  vinculada
juridicamente à CNBB (a nível nacional) e às dioceses (à nível local).
Para orientar sua ação, a PJ segue:
- documentos da Igreja Latino-Americana - CELAM (especialmente o Documento de Puebla e o
Documento de Aparecida);
-  documentos  da  Igreja  do  Brasil -  CNBB  (especialmente  as  Diretrizes  Gerais  da  Ação
Evangelizadora 2008-2010 e o "Evangelização da Juventude" - DOC 85);
-  marcos  referenciais  das  Pastorais  da  Juventude  (a  nível  latino-americano:  "Civilização  do
Amor - tarefa e esperança" e a nível de Brasil: "Marco Referencial da Pastoral da Juventude do
Brasil" - Estudo 76 da CNBB); 
- orientações  da  PJ  Nacional  (o  livro  "Pastoral  da  Juventude - um  jeito  de  ser  e  fazer"  e  o
relatório da Reunião Ampliada de Palmas - 2008); 
- além disso, muitos Regionais e Dioceses possuem suas diretrizes/planos trienais.
Mas, o horizonte maior da PJ é o seguimento de Jesus Cristo e efetivação de seu Reino.


11.  A PJ PARTICIPA DE CONSELHOS DE JUVENTUDE? COMO? POR QUÊ?
Sim,  a  Pastoral  da  Juventude  participa  dos  Conselhos,  seja  no  âmbito Municipal,  Estadual  ou
Nacional.
 Como?  A  participação  se  dá  através  de  representantes  eleitos  ou  indicados  pela  própria
pastoral.  Nos Conselhos  Estaduais  e  Municipais  as  indicações  e/ou  eleições  são  feitas  a  partir
do  local  onde  está  sendo  constituído  o Conselho.  Já  para  o  Conselho  Nacional  de  Juventude,
quem indica/ vota a participação é a Coordenação Nacional da PJ.
 Por quê? Participamos  porque  acreditamos  que  devemos  estar  envolvidos  nos  espaços  que
discutem sobre/para/com a juventude. Participamos porque queremos fazer ecoar os gritos e
os  anseios  dos  jovens  dos  grupos  e  comunidades  que  almejam  melhores  oportunidades  e
buscam  seus  espaços  na  sociedade.  Participamos,  porque  sentimos  a  necessidade  de  fazer
chegar  ao  poder  público  o  que  os  jovens  querem  e  pensam  partindo  da  própria  juventude
(através da participação juvenil), formando assim políticas publicas para juventude, embasada
naquilo que é a realidade dos jovens e, por fim, porque acreditamos que os jovens, sobre tudo,
os mais pobres e os excluídos precisam ser ouvidos, cuidados e amados.


12.  COMO É A RELAÇÃO DA PJ COM O SETOR JUVENTUDE? 
A relação da PJ com o Setor Juventude em âmbito nacional é muito boa. A PJ faz parte do Setor
Juventude e o Setor apóia as ações e projetos da PJ. Junto com outras pastorais e movimentos,
comungamos a evangelização da juventude, respeitando a identidade de cada um e cada uma.
Juntos, queremos fortalecer os laços para com maior qualidade atender a juventude brasileira. 


13.  AS  PESSOAS  DE  MINHA  COMUNIDADE  DIZEM  QUE  A  PJ  NÃO  TEM
ESPIRITUALIDADE. O QUE FAZER?
É  importante  num  primeiro  momento,  perguntarem-se o(s)  motivo(s)  pelo(as)  qual(is)  as
pessoas comunidade  levaram  a  tal  afirmação.  A  partir  daí  refletirem  e  traçarem  as  ações.  A
espiritualidade  da  PJ é  centrada  no  nosso  amigo  e  companheiro  Jesus.  É  comunitária  e
missionária, é encarnada e libertadora, é orante e celebrativa. 
 Que  momentos  protagonizar  essa  espiritualidade? Fiquem  atentos  aos  espaços  e  momentos
que  a  comunidade  oferece.  Valorizem  o  seu  grupo  de  jovens  nas  missas,  façam  retiros,
romarias,  caminhadas,  formações  bíblico-litúrgicas,  momentos  de  oração  com  a  comunidade,
aprofundem o estudo da pedagogia de Jesus Cristo e a Bíblia no grupo; utilizem o Ofício Divino
da Juventude e das Comunidades em retiros, encontros, reuniões... Não esqueça de fazer seu
momento  orante  individual,  pois  também  nos  dá  força  para  a  caminhada.
 Essas  são  algumas  pistas,  mas  o  grupo  também  pode  contribuir  e  criar  outros  momentos.


14.  COMO ANIMAR,  DEFENDER,  FORTALECER  E  DINAMIZAR  O  GRUPO  DE
JOVENS?
O grupo de jovens é o centro do  trabalho da Pastoral da Juventude, é ferramenta pedagógica
para  a  efetivação  do  Reino  de  Deus.  O  grupo  de  base,  destacado  como  uma  de  nossas
prioridades na Ampliada de Palmas (2008), é espaço de vivência, partilhas e formação.
Fortalecer,  animar  e  dinamizá-lo  dá-se  no  processo  cotidiano,  na  elaboração  das  reuniões  e
acompanhamento  aos  jovens.  Para  isso,  é  necessário  estabelecer  uma  coordenação  para  o
próprio grupo e estar ligado às estruturas diocesanas, bem como contar com assessores que já
passaram  pelo  processo  da  PJ  e  com  os  materiais/subsídios  produzidos  pela  coordenação
nacional e centros e institutos de juventude.
Lembramos que não há uma receita pronta para o fortalecimento dos grupos de base, mas há
opções  pedagógicas  claras  que  garantem  nossa  identidade,  que  podem  ser  encontradas  no
"Marco Referencial da Pastoral da Juventude" e no subsídio “Um Corpo em Construção”.

15.  QUAL É O PAPEL DA COORDENAÇÃO? QUAL DEVE SER A SUA FORMAÇÃO?
COMO ELA SE ORGANIZA EM NÍVEL NACIONAL?
O/a  coordenador/a  é  alguém  que  organiza,  anima  e  articula  o  grupo,  um  evento,  uma
assembléia,  uma  atividade,  uma  formação.  Tem  suas  funções  definidas  por  quem  o  escolhe
para  ocupar  um serviço,  no  caso  o  grupo  de  jovens.  Exerce  essa  função  por  tempo
determinado  pelo  grupo.  Na  Pastoral  da  Juventude  os/as  coordenadores/as  são,  por  opção
pedagógica,  os/as  jovens.  O/a  coordenador/a,  por  missão,  é  aquele/a  que  articula  decisões.
Como  diz “Civilização do amor: Tarefa e esperança”,  o/a coordenador/a “é um/a jovem
chamado/a  por  Deus  na  Igreja  para  assumir  o  serviço  de  motivar,  integrar  e  ajudar  os/as
jovens a crescer no processo comunitário”. (Um  pequeno  Catecismo  da  PJ – Hilário  Dick  e
Raquel Pulita).
Normalmente  o/a  coordenador/a  é  um  jovem  que  já caminha  com  o  grupo  há  algum  tempo.
O/a  coordenador/a  deve  ser  alguém  que  acredita  na  vivencia  em  grupo  e  comunitária  e  está
preparado para coordenar. 
Nacionalmente a  Coordenação Nacional da PJ é composta por um jovem de cada regional da
CNBB,  totalizando  17  jovens  que  tem  entre  17  e  29  anos.  O  principal  papel  da  Coordenação
Nacional da PJ é:  ser articuladora, animadora, elo de ligação da PJ e regionais. É ela que pensa
e  encaminha  as  decisões,  da  secretaria,  da  Ampliada  Nacional,  os  Encontros  Nacionais,  a
questão  financeira, os  encaminhamento  das  ações  conjunta  da  PJB  e  do  Setor  Juventude.
Delibera  questões  gerais  de  comunicação  e  encontros;  pensa  as  questões  relativas  às
juventudes; promove discussões relativas à organização, elementos pastorais, etc.

16.  QUAL  O  PAPEL  DA  ASSESSORIA?  QUAL  DEVE  SER  A  SUA  FORMAÇÃO?
COMO ELA SE ORGANIZA EM NÍVEL NACIONAL?
Na Pastoral da Juventude entende-se como assessor/a uma pessoa que “caminha junto”, que
“procura sentar-se com o grupo ou entidade” e faz, junto, a caminhada planejada. Além de
tudo,  é  um  companheiro/a.  Um  dos  critérios  para  exercer  este  ministério  é  seu preparo
intelectual, psicológico, teológico e sua prática; outro critério é seu reconhecimento por parte
da  pastoral,  sendo  indicado/a  pelos/as  jovens  e  reconhecido/a  pela  instituição  eclesial.  Pode
ser do clero, religioso/a ou leigo/a. 
Por viver a dimensão educativa, espera-se dele/a um preparo específico, seja pessoa estudiosa
de juventude. Mais do que isso, contudo, é alguém que carrega uma experiência de vida de fé.
O/a assessor/a da Pastoral da Juventude é um/a cristão/ã adulto/a chamado/a por Deus para
exercer o ministério do acompanhamento, em nome da Igreja, os processos de educação na fé
dos/as jovens. 
Na Pastoral da Juventude a assessoria e o acompanhamento são encarados como uma “opção
pedagógica”, isto é, uma realidade que faz parte da identidade pedagógica e teológica desta
pastoral. Os/as jovens não só precisam, mas querem alguém que os/as acompanhe. 
Nacionalmente  a  Assessoria  é  realizada  por  uma  equipe  colegiada  de  5  assessores/as,  um  de
cada  grande  região  do  país,  que  se  reúnem  na  Comissão  Nacional  de  Assessores/as  da  PJ  e
acompanham diretamente a Coordenação Nacional da PJ. 

17.  A PJ TEM RIVALIDADE COM A RCC?
A PJ tem como princípios: a comunhão, a unidade e o respeito à diversidade. A nossa Igreja é
plural e tem espaço para diferentes juventudes. Temos o nosso jeito próprio de  caminhar, de
rezar,  de  formar  e  de  atuar,  mas  as  nossas  diferenças  não  nos colocam  num  lugar  de
rivalidade, mas sim de aprendizado, troca de experiências e respeito mútuo.


18.  COMO A PJ SE SUSTENTA FINANCEIRAMENTE?
Como  as  demais  pastorais  da  Igreja, a  PJ  sobrevive  da  solidariedade  de  seus  membros  e  das
suas  variadas  contribuições,  inclusive  as  financeiras.  Assim,  a  PJ  possui  não  uma,  mas  várias
formas de financiamento que são: doações, projetos  a entidades parceiras e apoio da própria
estrutura de Igreja através de suas comunidades, paróquias e dioceses. 
Não  há  uma  forma  única  de  financiar  a  PJ  nas  esferas  (local,  paroquial,  diocesana...),  mas,
múltiplas  formas,  respeitando  a  identidade  local  e  cuidando  para  garantir  a  transparência  na
utilização  dos recursos  coletados,  a  economia  visto  que  o  dinheiro  é  de  todos  e  a
independência, pois a PJ não pode perder de vista o foco na sua missão.

19.  O QUE FAZ A SECRETÁRIA NACIONAL DA PJ?
A  secretária  nacional  da  PJ facilita  o  serviço  comunicação  com  as  coordenações,  assessorias,
dioceses,  regionais  e  parceiros,  cabendo-lhe  como  funções:  elaborar  relatórios; encaminhar
documentos; manter  arquivo  organizado; encaminhar  infra-estrutura  das  reuniões  nacionais;
administrar os bens e recursos financeiros da secretaria; estar presente nos eventos nacionais
e nas reuniões da CN; ser responsável pela comunicação da PJ Nacional.


20.  COMO É A RELAÇÃO DA PJ COM OS PARTIDOS POLÍTICOS?
A  PJ  é  uma  organização eclesial,  que  está  ligada  diretamente à  CNBB e  não  está  atrelada  a
nenhum  partido  político.  Tivemos  uma  história  de  proximidade  com  o  Partido  dos
Trabalhadores  nos  anos  80  e  90,  mas  atualmente  não  temos  um  consenso  nesse  debate,
algumas lideranças continuam filiadas ao PT, outras mudaram de partido e outras não querem
nem  ouvir  falar  de  política  partidária.  Temos  uma  orientação  que  as  lideranças  que  ocupam
serviços notórios em nossa organização não estejam ligadas diretamente a nenhuma mandato
político,  para  evitarmos  a  instrumentalização  da  nossa  pastoral. 


21.  COMO É A RELAÇÃO DA PJ COM OS MOVIMENTOS SOCIAIS?
Ser Igreja quando estamos caminhando com a sociedade civil organizada não é coisa fácil, tem
algumas  posturas  da  Igreja  que  são  fortemente  combatidas  pelos  Movimentos  Sociais,  mas
acima desta relação conflituosa está a vontade de lutar juntos por “Outro Mundo Possível”, o
respeito  à  diversidade,  o  dom  da  escuta  e  o  poder  de  dialogar com  as  mais  diferentes  forças
que  podem  discordar  de  algumas  questões,  mas  que  buscam  uma  sociedade  mais  fraterna,
mais  justa e  mais  igual,  que  nós  da  Igreja  chamamos  de  Reino  de  Deus.  Resumindo  a  nossa
relação  é  de  respeito  recíproco  e  de  parcerias  em  muitas  lutas,  principalmente  agora  que
estamos  numa  campanha  contra  a  violência  e  o  extermínio  de  jovens,  que  tem  agregado
muitas forças que defende a vida da juventude.

22.  A  PJ  TEM  O  APOIO  DO  CLERO,  DOS  RELIGIOSOS,  DAS  RELIGIOSAS  E
DOS BISPOS? COMO É A RELAÇÃO DA PJ COM A HIERARQUIA DA IGREJA?
A PJ tem o apoio de toda a Igreja. Em fevereiro de 1979, a 3ª Conferência Geral do Episcopado
da  América  Latina,  em  Puebla,  no  México,  profeticamente  assumia,  como  Igreja  Católica,  a
opção  preferencial  pelos  jovens.  Em  2007,  a  5ª  Conferência  Geral  do  Episcopado  da  América
Latina e do Caribe, realizada no ano de 2007, em Aparecida, renovou, em estreita união com a
família,  a  opção  preferencial  pelos  jovens,  com  o  compromisso  de  dar  um  novo  impulso  à
pastoral  das  juventudes  nas  comunidades,  buscando  uma  atuação  mais  determinante  para
reverter às feições graves de sua realidade. 
Tendo a PJB como filhas da Igreja, a relação da PJ com a Igreja é como uma relação de pais e
filhos.  Devendo  cada  localidade  ter  a  sua  relação  específica  de  acordo  com  a  realidade  da
Igreja  particular,  conforme  as  diretrizes  de  cada  diocese.  Como  uma  relação  familiar,  deve-se
preservar o respeito à particularidade, diversidade, pluralidade e identidade.
Os  jovens  devem  ser  uma  opção  de  todos:  da  Igreja  Católica,  de  outras  instituições  não
governamentais e também das famílias (Dom Walmor Azevedo, dez/2009). 

23.  QUAL  É  O POSICIONAMENTO  DA  PJ  COM  RELAÇÃO  À  EXTINÇÃO  DA
SECRETARIA CONJUNTA DAS PASTORAIS DA JUVENTUDE DO BRASIL?
As  Pastorais  da  Juventude  do  Brasil  possuem  estruturas  organizativas  próprias,  cada  uma
realiza  as  suas  assembléias  nacionais  ou  ampliadas,  onde  avaliam  e  projetam  a  caminhada
específica.  Também  cada  uma  delas  possui  a  sua  secretaria  nacional  ou  equipe  nacional  de
serviço.  Por  muito  tempo  as  quatro  Pastorais  da  Juventude  tiveram  uma  referência  jovem
liberada  para  encaminhar  as  questões  do  conjunto  e  na  XV  ANPJB  percebemos  que  uma
pessoa  sozinha  em  Brasília  para dar conta  da  organização  conjunta  era  um  serviço  solitário  e
até  desumano,  mesmo  assim  deliberamos  que  iríamos  tentar  com  a  CNBB  a  possibilidade  de
termos  uma  pessoa  liberada  por  pelo menos  um  ano  e  meio  para encaminhar a  transição  do
serviço para a Equipe Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil, a Comissão para o Laicato
da  CNBB  não  aceitou  a  proposta  deliberada  na  XV  ANPJB  e  passou  a  manter  a  relação  com  a
Equipe  Nacional,  a  qual  é  composta  pelos/as  secretários/as  nacionais  das  Pastorais  da
Juventude do Brasil.
Vale  ressaltar que  a  PJ  Nacional  há  algum  tempo  já vinha  refletindo  sobre  o  espaço  conjunto
das pastorais, por entender que o mesmo estava desgastando as relações entre as específicas
e  não  tinha  centralidade  na  missão  e  sim  na  organização,  por  essa  razão  propomos  na  XV
ANPJB que centrássemos o nosso olhar na juventude empobrecida que morre todos os dias em
nossas comunidades, dessa forma assumimos a bandeira de luta comum contra a violência e o
extermínio de jovens que gerou a campanha nacional ousada e criativa que hoje está rolando
em  todo  o  Brasil  e  se  tornou  essencial  na  luta  conjunta  das  pastorais.  E  na  marcha  contra  a
violência  e  o  extermínio  de  jovens  PJ,  PJE,  PJMP  E  PJR  seguem  de  mãos  dadas  e  entrelaçadas
nessa ciranda de comunhão e libertação, onde a vida da juventude está no centro da roda.

24.  QUANTOS GRUPOS DE JOVENS DA PJ EXISTEM NO BRASIL?
A PJ carece de um mapeamento que revele um retrato mais atual da nossa organização, temos
um  dado  antigo  que  revela  que  temos  no  Brasil  30  mil  grupos  de  base.



25.   QUAIS AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DA PJ?
A PJ necessita de pastores, religiosos/as e leigos/as adultos/as apaixonados/as pela juventude
que doem um pouco do seu tempo no serviço do acompanhamento das nossas instâncias, em
especial o grupo de base.
 Temos uma grande dificuldade no aspecto financeiro, as nossas lideranças custeam o serviço
pastoral com a pouca grana que sai dos seus próprios bolsos;
 Historicamente  vivemos  tentando  provar  que  não  é  real  a  afirmação divulgada  na  Igreja  de
que a PJ não tem espiritualidade, não conhece a Palavra de Deus, não desperta vocações e não
anima a juventude para o testemunho pessoal de vida;
 Somos a maior organização juvenil do Brasil, mas não temos um sistema eficaz de informação
que  nos  possibilite  uma  comunicação  direta  com  as  nossas  bases.


26.        QUAIS OS PRINCIPAIS AVANÇOS DA PJ?
A PJ Nacional nos últimos anos teve vários avanços:
-  Projetos  em  parceria  (Ministério  da  Saúde,  Pastoral  da  Criança, Secretaria  Nacional  de
Juventude...) - com essas parcerias foi possível reunir em Manaus todo o bloco Norte para um
encontro  sobre  diálogos  e  sexualidade,  foi  possível  a  realização  da  Aliança  Missionária,  onde
vários  jovens  da  Pastoral  da  Juventude  foram  fazer  missão  em  algumas  áreas  carentes  do
Brasil, foi possível termos uma jovem da PJ como a Primeira Presidente do Conselho Nacional
de Juventude (CONJUVE) e ainda temos cadeira neste conselho, foi possível uma participação
considerável nas conferências de juventude realizadas em todo o Brasil e ainda a Conferência
nacional  realizada  em  Brasilia.
 
- Projetos  do  Plano  Trienal lançados  na  Ampliada  de  Salgado  e  reafirmados  na  Ampliada  de
Palmas (Ajuri, A juventude quer viver, Caminhos da esperança, Mística e construção, Teias da
comunicação).  Nossos  projetos  ainda  precisam  avançar,  mas  já  conseguimos  fazer  muito.
Fóruns de discussões em alguns lugares para conhecer um pouco da realidade das populações
tradicionais,  Campanha  contra  o  extermínio  de  jovens, lançamentos  de  vários  subsídios  para
os  grupos  de  jovens  (a  coleção  na  trilha  do  grupo  de  jovens,  Ofício Divino  da  Juventude),
lançamento  de  um  site  para  uma  melhor  comunicação  e  um  jornal  eletrônico,  realização  de
fóruns,  comunidades,  encontros  de  formação,  vivência e  discussão  para  as  lideranças.
 
- Acompanhamento aos Regionais da CNBB - temos uma secretaria nacional, hoje instalada em
Salvador. Nossa secretária tem feito acompanhamento em todos os regionais do Brasil.

27.  O QUE É PROCESSO DE EDUCAÇÃO NA FÉ?
É  a  proposta  pedagógica  da  Pastoral  da  Juventude  que  visa à  construção  de  pessoas
comunitárias  e  cidadãs,  abraçando  com  decisão  uma  fé  que  casa  com  o  social,  com  a  justiça,
com  a  participação  e  com  a  comunhão.  Ela  é  fruto  da  caminhada  latino-americana,
acompanhadas de alguns princípios norteadores, que levam as pessoas a crescerem na fé, nas
suas opções  e  projeto  de  vida;  baseia-se no entendimento  do/a  jovem  como  sujeito  da  ação
evangelizadora,  a  serviço  da  animação  e  organização  das  comunidades  eclesiais  atuantes  nos
diferentes espaços da sociedade.




28.  COMO A PJ UTILIZA A INTERNET?
Temos  um  site -  www.pj.org.br  e  também  utilizamos  outras  ferramentas  da  comunicação
virtual: boletim eletrônico, comunidade e perfil no Orkut, twitter e e-mail. Uma ação que tem
sido  comum em  nossa  organização  é  utilizar  o  MSN  ou  o  Skype  para a  realização  de  reuniões
virtuais,  que  nos  requer  uma  maior  atenção  com  a nossa  linguagem,  pois  a  comunicação
virtual às vezes dão margem a diversas interpretações, é diferente da conversa olho no olho.
Apesar de compreendermos a facilidade e a praticidade que a Internet nos proporciona, ainda
prezamos  pelas  cartas  manuscritas, pelas ligações  telefônicas  e  é  claro  pelo  contato
físico (beijos,  abraços,  olhares  e  diálogos  presenciais)  que  nenhuma  comunicação virtual
poderá  substituir. 


29.   COMO  A  PJ  SE  POSICIONA  DIANTE  DE  TEMAS  POLÊMICOS,  COMO  O
USO  DO  PRESERVATIVO,  O  SEXO  ANTES  DO  CASAMENTO,  A
HOMOSSEXUALIDADE, O ABORTO, ETC? 
A  PJ  faz  parte  da  Igreja  que,  seguindo  Jesus,  defende  acima  de  tudo  a  vida.  Nesse  sentido,  é
preciso superar visões reducionistas de pecados individuais, mas considerar também o pecado
social e estrutural, tendo como horizonte a defesa da vida.
Em  relação  à  sexualidade,  é  importante  perceber  a  beleza  da  criação  e,  inclusa  na  criação,  a
beleza  do  sexo,  quando  este  é  um  ato  de  amor.
A ética cristã nos ensina a termos responsabilidade na vivência com as outras pessoas.
O papel da Pastoral da Juventude, neste sentido, é ajudar os/as jovens no processo de reflexão
e  discernimento  de  seu  projeto  de  vida  para que,  num  processo de  livre  escolha,  possam  ter
uma vivência madura de sua sexualidade, com amor, respeitando a vida e o próximo.
Em relação a homossexualidade, a partir do exemplo de Cristo, devemos acolher e respeitar o
diferente, sem discriminações.
Quanto ao aborto, a PJ, assim como a Igreja, defende a vida, sendo contra o aborto.


30.  QUAIS AS REFLEXÕES DA PJ COM RELAÇÃO AO TOQUE DE RECOLHER E A
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL?
A PJ manifesta-se contrária a situações como essas, até porque entendemos que a juventude
precisa  de  inclusão  social  e  não  é "exterminando"  os/as  nossos/as  jovens  que  os  ditos
problemas  se  resolverão. A  juventude  quer  e  precisa viver,  portanto,  vamos à luta  e  digamos
sempre não ao toque de recolher, redução da maioridade penal e toda política opressora que
vier a surgir.


31.  QUAIS AS MÚSICAS DA PJ?
Temos  utilizado  para  animar  as  nossas  atividades  uma  publicação  do  CCJ  chamada:
JUVENTUDE  CANTA  E  ENCANTA.  Neste  material  constam  diversas  músicas  e  poesias  que
embalam  os  nossos  encontros,  para  nós  é  muito  importante  que  as  músicas  tenham
conteúdos plausíveis e que despertem para a luta e para a vivência comunitária e tragam boas
reflexões iluminadas pela Palavra de Deus. Estamos tentando através de festivais e formações
musicais  fomentar a  criação  de  bandas  PJoteiras  por todo  o  nosso  país,  a  exemplo  da  Flor  de
Mandacarú  do  Maranhão  e  da  JPEG  de  São  Paulo.

32.  NAS  FESTAS  REALIZADAS  PELA  PJ  PODE  SER  CONSUMIDA  BEBIDA
ALCOÓLICA?
Como  procuramos  vivenciar  uma  proposta  libertadora,  o  nosso  papel  é  esclarecer  e  não
simplesmente proibir o uso de bebidas alcoólicas, pedindo que cada um utilize seu bom senso.
Devemos levar em consideração, a faixa etária dos participantes do encontro, o exemplo que o
coordenador  deve  demonstrar  diante  do  grupo  que  representa  e  a  dimensão  que  o  uso  de
bebidas alcoólicas em encontros, toma na comunidade e na sociedade.


 




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