quarta-feira, 25 de julho de 2012

Comunicadores católicos do Brasil se encontram em Aparecida para o 3º Encontro Nacional da Pascom



Cerca de 600 comunicadores de todo o país, reunidos em Aparecida (SP), ignoram o clima frio da cidade e participam ativamente das atividades do 3º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom), inspirados pelo tema “Identidade e missão”. O evento, aberto na noite desta quinta-feira, 19, se estende até o próximo domingo, 22.
O encontro, que acontece nas dependências do Santuário Nacional de Aparecida, conta com uma extensa e variada programação que visa a formação dos agentes da Pascom de todo o Brasil. De acordo com a assessora da Comissão Episcopal de Comunicação da CNBB, irmã Elide Fogolari, esta é a oportunidade de estes agentes reciclarem seus conhecimentos. “Queremos atender as necessidades básicas das pessoas que estão trabalhando no dia a dia em suas dioceses, paróquias e regionais. Sabemos de dioceses que enviaram quatro, cinco pessoas, cada uma inscrita em um seminário”, disse.
Durante a solenidade de abertura, a mesa contou com a presença do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, dom Dimas Lara Barbosa; dom José Moreira de Melo, bispo de Itapeva (SP) e referencial para a comunicação no Regional Sul1; os dois assessores da Comissão, irmã Elide e padre Clóvis Andrade; e os missionários redentoristas padres César Moreira e Evaldo César, representantes do Santuário Nacional e a Rede Aparecida de Comunicação, respectivamente.
Em seguida, aconteceu a conferência de abertura do evento, tendo como convidado o professor e jornalista Carlos Alberto Di Franco. O especialista apontou importantes estratégias de comunicação institucional, sobretudo, para uma eficaz distribuição da mensagem. “As organizações consolidadas são as que conseguem transmitir a sua mensagem sem ambiguidade. A boa estratégia de comunicação institucional depende disso: identidade, missão, uma doutrina clara e reputação, que resulta em autoridade, que podemos chamar também de prestígio”, sublinhou. E, exemplificou: “milhares de jovens rebeldes e contestadores deixam as discotecas para ouvir a voz de um idoso [o papa Bento XVI], supostamente reacionário. Isso significa que eles querem reavivar a sua fé. A empatia entre o papa e a juventude surpreende o noticiário. É um sucesso mercadológico”.
Na avaliação de Di Franco, a magia da santidade é o segredo da força do marketing do papa. Essa atitude deve ser a resposta da Igreja para a demanda reprimida que a sociedade tem por religiosidade. “A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pode mudar a cara da Igreja no Brasil, depende de cada um de nós aqui hoje, para que a proposta cristã entre na agenda pública. E isso exige profissionalismo, e não amadorismo. Não duvidemos, a comunicação institucional da Igreja passa pelo reforço de sua identidade, pela paixão da missão e clareza de sua doutrina. É necessário investir em recursos humanos e no profissionalismo. É aí que está a diferença: não é o suporte tecnológico, mas é a competência de seus quadros. Não podemos sucumbir ao amadorismo”, concluiu.
Na manhã desta sexta-feira, 20, os comunicadores participaram de uma missa presidida por dom José Moreira, no auditório Padre Noé Sotillo, localizado no subsolo do Santuário Nacional. A celebração abriu as atividades do dia que conta com a Mesa Redonda – Pascom: Identidade e Missão – , na parte da manhã e, para a tarde, os participantes serão encaminhados para os seminários por interesse (Teorias Planejamento e Capacitação de Recursos para a Pascom, A Pastoral da Comunicação no Rádio, Pascom e Pastorais específicas e Pascom na Internet).
Histórico
O primeiro encontro nacional da Pascom foi em 2008, reunindo apenas 140 participantes. O segundo, em 2010, reuniu 400 agentes. “Este crescimento no número de participantes mostra como se trata de um evento importante para a Igreja no Brasil”, afirma irmã Élide. “Profissionais ou não, estes agentes têm o carisma da comunicação, é algo nato. Fazem um trabalho brilhante, que pode crescer ainda mais”.